Essa foi a mensagem que recebi de um cliente.

Foi há 7 anos, tarde da noite de um dia de semana qualquer.

Eu já sabia o motivo. Conhecia o perfil do cliente e imaginava que isso ia acontecer.

Após uma fase muito boa para a renda variável, ao invés de realizar parte do lucro e rebalancear a carteira (minha sugestão) ele quis “dobrar a aposta”. Aumentou consideravelmente o percentual em ações da sua carteira.

Não adiantou avisar.

Tem gente que só aprende sentindo as consequências na própria pele.

Esse cliente era advogado (dono de um escritório), na faixa dos 47 anos, com uma renda média mensal acima dos R$30.000,00 e um patrimônio financeiro beirando R$2.000.000,00.

Todos os requisitos necessários para definir a CAPACIDADE para correr riscos:

Você deve estar se perguntando:

“Mas Gustavo, o cara ganha bem, tem dinheiro e tempo pra recuperar caso algo dê errado. Qual é o motivo da insônia?”

Simples. Uma carteira de investimentos com mais risco do que ele aguentava.

Não era sobre CAPACIDADE de correr risco, sobre números ou situação financeira.

Não era nem sobre ganhar ou perder dinheiro (por sorte a insônia chegou antes disso acontecer).

Era muito mais simples que isso: era emocional.

Ele não tinha TOLERÂNCIA para correr riscos. E, no final do dia, isso é o que mais importa.

Nenhum investimento deve tirar o seu sono.

Se isso está acontecendo, ou o investimento não é adequado para o seu perfil, ou você tem uma parcela muito grande do seu patrimônio alocado nele.

Antes de assumir qualquer risco na sua carteira de investimentos, certifique-se de ter CAPACIDADE para isso.

Uma renda estável, reserva de emergência constituída e sempre com cabeça de longo prazo.

Depois descubra se você tem TOLERÂNCIA.

Comece com pouco risco, veja como se sente, e vá aumentando gradualmente.

A palavra “risco” não trás sensação positiva pra ninguém.

Mas, quando bem usado, ele pode se transformar em um aliado importante para você atingir melhores resultados nos seus investimentos.

Gustavo Gubert, CFP®
Consultor e sócio da Union Investimentos

Aviso Importante: Todo mundo tem tolerância para correr risco quando o resultado é positivo. Você só vai descobrir sua verdadeira tolerância quando o movimento for para baixo - uma crise, uma queda de 10% na bolsa, meses seguidos de rentabilidade negativa na sua carteira.

Powell e queda de juros nos EUA. Durante coletiva de imprensa na última sexta-feira, o presente do FED abriu a porta para um corte de juros nos EUA já na próxima reunião dos dias 16 e 17 de setembro, o que empurrou o Ibovespa para uma alta de 2,60% no dia.

Dino Day. Flávio Dino defendeu sua decisão da semana passada contra os efeitos da Lei Magnitsky que fez bancos brasileiros perderem 41 bilhões em valor de mercado por receio de sanções dos EUA.

Aposentadoria em Risco. Maioria dos brasileiros chega à maturidade sem planejamento financeiro e 71% dos entrevistados com mais de 45 anos não tem plano de previdência privada, segundo pesquisa do IBGE.

Taxação de Dividendos. Câmara aprova urgência para projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. Para compensar a perda de arrecadação, a proposta do governo é tributar dividendos em até 10%.

Sopa de letrinhas, conflito de interesses, taxas escondidas, impostos, produtos que ninguém entende, oportunidades milagrosas, ruído da mídia e armadilhas por todos os lados.

Investir pode ser complicado, estressante e, se você não tomar cuidado, pode sair caro.

Não bastasse tudo isso, pode ser totalmente contra intuitivo.

Nesses mais de 10 anos ajudando centenas de investidores, notei alguns erros que se repetem com frequência (e não é pouca).

Não importa se você é um investidor iniciante ou mais experiente. Nem se tem pouco ou muito dinheiro.

Se você ainda não cometeu nenhum deles, tenho certeza que ainda vai cometer.

Eu sei que eu já.

Por isso eu compilei os maiores erros que todo investidor comete (ou ainda vai cometer) e adicionei uma dica rápida de como evitar cada um deles.

Sugiro que leia com atenção: quando se trata de dinheiro é melhor (e muito mais barato) aprender com o erro dos outros. 😉

Na ânsia de querer enriquecer do dia pra noite muitos investidores acabam buscando atalhos.

E quando o assunto é dinheiro, isso quase sempre termina mal.

Promessas de ganhos rápidos, o “investimento do momento” ou oportunidades milagrosas geralmente escondem riscos altos e até golpes.

Aposto que você conhece a história de alguém que se deu mal dessa forma.

Parte do seu resultado no longo prazo está relacionado não ao quanto você ganha, mas ao quanto você gasta.

Toda vez que você entra ou sai de um investimento você tem custos.

Você pode estar pagando taxas abusivas, altas comissões ou gastando mais do que deveria em impostos.

Por isso é tão ruim ficar pulando de um investimento para outro a todo momento. Isso pode comer uma parte significativa do seu resultado.

Investir sem objetivos claros é como viajar sem destino: qualquer caminho serve, pode até ser emocionante por um tempo, mas dificilmente você vai chegar onde gostaria.

Cada objetivo que você possui exige uma estratégia de investimento diferente. Ou uma combinação delas.

Você não quer ser irresponsável com o seu próprio futuro e passar sua vida toda investindo “sem rumo” para descobrir tarde demais que deixou de fazer o que precisava.

Ganhar dinheiro com ações é fácil: você só precisa comprar quando estiver barato e vender quando estiver caro.

Isso é algo que todo mundo sabe, está em todos os livros sobre o assunto e é muito fácil de DIZER.

Mas “na prática, a teoria é outra”.

Quando você vê sua ação caindo 10-15% em um único dia, seu lado racional é desligado e o emocional assume, gerando medo, dúvida, desespero.

O resultado é que você faz exatamente o oposto do que deveria fazer: quando a bolsa cai, fica com medo e vende. Quando sobe, corre comprar por empolgação.

Aprenda o quanto antes que grande parte do seu sucesso financeiro está relacionado a como você age em determinadas situações.

É essencial que você tenha uma relação de confiança com quem te ajuda a cuidar do seu dinheiro.

Mas tenha muito cuidado com o conflito de interesse caso seu gerente ou assessor seja remunerado por comissão ou tenha metas e incentivos para vender determinados produtos.

No modelo de comissão é muito comum oferecerem um investimento por causa da comissão que ele gera, e não porque é o melhor para você.

E isso vai te custar caro.

Está nas letras miúdas de todas as lâminas de investimentos: “Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”.

Mesmo assim, quando seu gerente te mostra aquele gráfico em linha crescente - sempre acima do CDI e do seu investimento atual - você não pensa duas vezes antes de trocar seis por meia dúzia.

É muito fácil voltar ao passado e apontar o melhor investimento dos últimos 12, 24 ou 36 meses. Qualquer um pode fazer isso.

Mas o investimento “campeão” do último ano pode acabar sendo o pior do ano seguinte.

Seu resultado nos investimentos depende muito mais de você mesmo do que você imagina.

A maioria dos “investidores” perde tempo e energia atrás das “melhores taxas”, do “melhor momento” e de “ganhos rápidos”.

Mas a maioria dos “investidores” não fica rico.

Eles esquecem de fazer a sua parte - ganhar dinheiro e investir com consistência - e subestimam o poder dos juros compostos.

Os maiores resultados nos investimentos vêm do tempo e da disciplina.

Investir do “jeito certo” não é empolgante, nem divertido, nem gera histórias de ganhos espetaculares para você contar aos seus amigos no churrasco de quarta-feira.

Mas se você leu até aqui tenho certeza que o seu objetivo não é gerar entretenimento.

É buscar conhecimento que te ajude a tomar boas decisões para investir melhor e atingir seus objetivos de vida.

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Perceba que nenhum dos 7 principais erros que investidores cometem exige grande conhecimento técnico ou anos de experiência no mercado financeiro para serem evitados.

Eles tem muito mais a ver com questões de comportamento, paciência e disciplina.

E o melhor: todos podem ser prevenidos com um bom planejamento, conhecimento básico e com ajuda de um profissional independente.

Tenha certeza que ao evitar esses erros seu caminho será muito mais tranquilo, barato e rápido.

E isso só depende de você.

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Gustavo Gubert, CFP®
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